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   Depoimentos   

Leia o que os nossos clientes estão falando sobre nós.

Dário Taibo

Novo proprietário do Curruíra 25

Num mundo de produtos e serviços cada vez mais descartáveis qualidade é um conceito cada vez mais dispensável e portanto raro. Um telefone celular de três anos é uma peça de museu. Um casaco de três anos está absolutamente fora de moda, o encanador que arumou a sua pia há três anos não é mais localizável, nada precisa durar mais que três anos, nem mesmo as amizades suportam um tempo superior a esse na dinâmica da nossa vida metropolitana. 

Topar com um produto ou serviço de qualidade hoje é algo que produz estranheza, e quase desconfiança. Ver o Flavio sentado dentro do meu barco, lá com seus pensamentos, procurando as melhores soluções, algumas das quais de originalidade e funcionalidade pouco comuns, vê-lo sugerir o acabamento mais luxuoso e detalhista mesmo quando o orçamento já está fechado, ver que ele está mais preocupado com o resultado final do que você mesmo parecendo até que o barco será dele, ver o empenho que ele coloca em construir algo sólido e duradouro é muito estranho. Já não vemos mais gente assim. O Flavio é um ser anacrônico, é um homem que ainda constrói num mundo onde as coisas são produzidas ou fabricadas. E tem mais, o Flávio constrói amizades com o mesmo critério que constroi barcos, mas atenção, ele só cobra pelo barco, a amizade é grátis.

Roberto Nonato

Proprietário do Matisse

Talvez, se você foi bastante insistente, já tenha caído na página do Cabinho e, é claro, pensou: será que eu consigo construir um barco daqueles? Será que eu tenho capacidade para um projeto tão complicado? Bom, o que eu posso dizer é: sim, você pode construir o modelo que escolher, do jeito que você quiser, com toda a sofisticação que sonhar. O trabalho em si não é problema. O problema é, simplesmente, tempo. Um modelo simples, como a lancha Diamond 6.0, leva cerca de 1.400 horas de trabalho. Se você é como eu e tem apenas algumas horas disponíveis durante a semana – vamos dizer umas 4 – e o final de semana todo – mais umas 16 horas – isso vai somar, por ano, justamente cerca de 1.400 horas. Bem, então mãos-à-obra! Em um ano você estará navegando, certo? Não, realmente não. Lembre-se: você tem que reservar um tempo para descobrir onde se vendem os materiais de que você precisa, ir comprar estes materiais, comprar ferramentas, consertar as ferramentas, comprar os acessórios para as ferramentas, passar no pronto-socorro para costurar os dedos que ficaram na frente da serra, limpar todo aquele sangue do chão, fazer um banquinho para a esposa que está reclamando de solidão, comprar cerveja para o amigo que veio ajudar, levar o amigo bêbado para casa (ou para o pronto-socorro, com vários dedos a menos – mas nesta altura você já é conhecido por lá). E limpar aquela zona toda, antes que a esposa pense que solidão talvez não seja tão mal assim.

Então, antes de começar, ou depois de se desesperar por não conseguir construir mais depressa, considere que talvez um profissional possa ser mais rápido e tão caprichoso como você, com muitas vantagens. Afinal, aí é você que leva a cerveja, você é que fica dando aqueles palpites chatos, você é que não gostou muito da cor e é ele que fica com os dedos na frente da serra. E, se tudo der errado, a culpa é dele, por não ter ouvido seus sábios conselhos.

Bom, depois de todo aquele tempo construindo e sonhando, mais cedo do que você achava, o barco vai para a água num dia glorioso. Terminou, afinal! Mas, então, porque aquela sensação de nostalgia? Você percebe que aquele barco maravilhoso, que todo mundo inveja pelo desenho, acabamento e segurança, não é o principal. Agora você conhece o Cabinho e o escritório, o dono da marcenaria, da loja de ferragens, você conhece madeiras e fibras, resinas, parafusos de bronze-silício, a enfermeira do pronto-socorro. Você conhece o Flávio, o cachorro, os amigos, a família, todos surpreendentes.

E se você estiver no seu barco, para lá da ilha Vitória, aquele silêncio, uma certa solidão, passe um rádio para a Curruíra. Se o Flávio estiver por lá, você sempre pode reclamar que o verniz dos paineiros está muito escorregadio. E lembrar com saudade do tempo em que seu barco era um monte de tábuas, uns desenhos, umas latinhas de cerveja e muita diversão!

Avelino Cruz

Proprietario do Trawler Mar ou Bar

Depois da visita que eu e Helena fizemos a Flab e neste dia tivemos o prazer da companhia do Luiz, o Eng. projetista da SV28, tomamos a decisão de levar o "Mar ou Bar" para ser acabado por voce.
Essa decisão foi tomada, depois que vimos a SV28 em fase final de acabamento.
Gostamos muito das modificações internas de layout, inclusive conversamos a respeito do mesmo com o Luiz.
Ficamos deveras impressionados com o qualidade do acabamento e o cuidado que toda a equipe Flab demonstra na construção de um barco.
E isso foi determinante para tomarmos a decisão de levar o "Mar ou Bar" para o estaleiro Flab.
Então, na segunda-feira, dia 23 de agosto de 2010, embarcamos o "Mar ou Bar". Já está na carreta aguardando apenas as licenças necessárias para o transporte.
Brincamos que ele estará indo tomar um banho de Boutique, porque é assim que vemos a qualidade do seu trabalho e de toda a equipe Flab.
Agora depois que o "Mar ou Bar" chegar na Flab, so nos resta aguardar e acompanhar a transformação no nosso Patinho Feio em Cisne.

Abraços,

Avelino Cruz

 

Fábio Martins Rivetti

Proprietário da Escola de Vela de Ubatuba

Sou amigo do Rodrigo do Tanpopo. Tive a feliz oportunidade de velejar o barco em algumas oportunidades, e de leva-lo para o Guarujá para repintura.

Também tive a oportunidade de conhecer o Vida-dura.

Quero parabenizá-los! Os barcos são simplesmente o máximo! Construção 100%, acabamento 100%, marcenaria 100%. Fiquei realmente muito bem impressionado com a qualidade das embarcações. Sou um fã de clássicos, e de barcos com pedigree, e poucas vezes tive a oportunidade de ver barcos tão bons.

Sem sombra de duvidas indicarei vocês para meus clientes. Embora sejam barcos caros, são exemplos a serem seguidos.

Grande Abraço

Bons ventos

Fabio Martins Rivetti

Rubens Carlos Rodrigues

Proprietário Multichine 23 - Vida Dura

O prazer da coisa bem feita.

A construção do meu barco começou depois de uma vitoriosa saída com o Bundinha, um Holder, até a ilha Promirim e após uma volta na belíssima ilha o retorno à Almada. Na ida um contra vento gostoso por todo o trajeto, a encantadora paisagem chamava uma volta toda na ilha, apreciando aquela beleza, depois de uma merecida nadada a volta num través folgado foi espetacular. Pronto! Chegada triunfal. Uma velejada de 4h que resultou num sonho de uma volta ao mundo. Por que não?

O projeto era dizer sim ou não após 10 anos de estudo, formação, testes, definição de perfil do barco e uma infinidade de perguntas a serem respondidas ao final destes 10 anos que diriam: “Vou” ou “Não Vou”. Comecei imediatamente a me informar, estudar, me habilitar, navegar e o sonho começou a se concretizar quando surgiu a idéia da construção. Sempre muito bem orientado por pessoas experientes tive a felicidade de conhecer estudar, discutir e optar naquele momento pelo Multchine 23, projeto do Cabinho.

Essa construção me deu oportunidade de aprender, controlar, constatar estruturas como detalhes de segurança, aproveitamento de espaço e características que garantem a navegabilidade extraordinária do Vida Dura. O acompanhamento passo a passo de sua construção foi pra mim uma escola na vida. Permitiu-me ver e constatar a nobreza da madeira usada, a qualidade dos materiais como fibras, tintas, ferragens, e elétricos, a qualidade de ponta de todo o trabalho feito, assim como a precisão de cálculo de materiais que determinou um índice de perda de material quase nulo. Eu sozinho não teria condição de calcular, comprar, controlar qualidade, transferir projetos, instalar picadeiros, criar ferramentas, especializar, beneficiar madeiras, colar, pintar, parafusar, desparafusar...ufa! Não dava! Poupou-me ainda de ítens de espaço e segurança que precisaria dispor de.

Enfim, depois de tudo realizado, nenhuma dúvida, pelo contrário, a minha escolha foi exata! Acertei na mosca! Tenho o melhor barco do mundo! A qualidade que faz a diferença! Meu barco, é um barco pro resto da vida! Flávio, o caminho é este, o seu caminho de sempre: “Qualidade”

 

Álvaro de Almeida Pinto

Proprietário do Samoa 30

Gostaria que voce não colocasse a foto do meu barco lá pois ele está tão bonito e eu estou tão satisfeito que tenho ciúmes de mostrá-lo a mais alguem. Quem quiser que construa o seu barco no FLAB e fique tão contente e ciumento como eu. Mas se você quiser pode colocar uma foto minha que eu não me importo. Eu não sou tão bonito quanto ele, mas...
Brincadeiras à parte, gostaria de tentar colocar em palavras a satisfação de olhar para o meu barco (ainda no casco) e ter a certeza de era assim mesmo que eu queria que ele fosse construído. Com cuidado, zelo, dedicação e principalmente com responsabilidade e técnica. Desde a primeira vez que conversei com o Flávio, senti nas palavras dele a firmeza de quem sabia o que estava fazendo.
Daquele momento em diante acompanhei cada etapa da construção e teve até um dia (pode rir...) que eu achei que algo deveria ser diferente eu fui lá e mudei (pode rir novamente...) e ele novamente me provou que estava correto.
Depois disso a minha satisfação só fez aumentar de lá até hoje. Sinto um frio na barriga só de imaginar que o dia da virada está chegando. Não vejo a hora! (que venha o churrasco!!!!!!!!!). Só tenho elogios ao trabalho e à dedicação do Flávio e sua equipe!

 

Dimas Suppioni

Proprietário do Caprichoso - Samoa 28

Há quatro anos e meio, eu e meu filho decidimos construir um veleiro. Após analisarmos vários projetos, encontramos o SAMOA 28 (projeto de Roberto Barros, yacht design) que atendia às nossas expectativas. Começou aí a nossa aventura de construirmos nós mesmos... Inicialmente, somente nos finais de semana; posteriormente, começamos a nos dedicar dois a três dias durante a semana. Foi um período de grandes desafios, mas também de muita satisfação a cada etapa que concluíamos.
Porém, nosso tempo foi ficando cada vez mais reduzido: meu filho iniciou um doutorado (isso exige dedicação total) e eu envolvido em um novo ramo de atividade que consome todo o meu tempo. Resumindo, a construção do CAPRICHOSO já estava parada há seis meses e isso fez com que tomássemos a decisão de procurar um estaleiro para concluir o nosso querido CAPRICHOSO.
Após pesquisarmos muito, conhecemos o Flávio, do estaleiro artesanal FLAB.
Fomos visitar o estaleiro e ficamos encantados com a organização, com o capricho e a dedicação que o ele e sua equipe colocam em cada detalhe da construção de seus barcos. Ficou muito claro para nós que realmente o Flávio faz o que gosta e todo trabalho é feito com muito amor.
Depois disso, restava saber se o Flávio aceitaria dar continuidade ao CAPRICHOSO, pois ele não aceitaria se não confiasse no que estava feito até então. O Flávio veio a Santo André e conheceu o CAPRICHOSO. Após uma verificação criteriosa, deu o sinal verde para que pudéssemos levar o barco para o FLAB.
Hoje, o CAPRICHOSO está nas mãos do artista e estamos muito felizes com a nossa decisão, pois, a cada visita ao estaleiro, o Flávio nos brinda com sua amabilidade e atenção e, em nossas longas conversas, ele nos orienta amplamente com muitas sugestões.
Enfim, temos a certeza que o CAPRIHOSO será um veleiro muito bonito, bem construído e, principalmente, muito seguro.

Paulo Gomes

Navegador

Foi com muita alegria que aceitei escrever sobre o Curruíra. Apaixonado por mar, veleiros, pesca, mergulho fica muito fácil escrever, o difícil é transmitir toda a emoção e prazer que tenho quando entro a bordo da Pilotina 25, com um projeto de uma pessoa, que apesar de não conhecê-lo pessoalmente admiro desde garoto, quando velejava em Araruama e Cabo Frio.

O barco se tratando de projeto é fantástico, navega com uma tranqüilidade de se dar inveja, é sempre um passeio em qualquer tipo de mar, a estabilidade impressiona, para o tipo de embarcação é muito silenciosa, o que fica muito confortável passear, pois ouve-se música, conversa-se com tranqüilidade quando está navegando. A velocidade cruzeiro para o tipo de embarcação que estamos falando é muito boa e sua autonomia é ótima, o que nos deixa muito tranqüilos quando fazemos um percurso mais longo. A altura da cabine (Pilot House) é outro detalhe muito bom de se falar, pois dá muito conforto para quem pilota. A cabine de proa, bem vou falar como usuário, dá para se dormir deliciosamente, sem, o que é muito comum neste tipo de embarcação, aquele inconveniente cheiro de óleo diesel. Não sou nenhum engenheiro náutico, e nem que fosse, quem seria para poder dar palpite em um projeto do Cabinho, mas o pouco que sei é maravilhoso.

Falando em prazer e emoção ao qual me referi acima, é realmente muito difícil passar a qualidade de uma pescaria embarcado, o convés do barco é uma grande sala com vista para o melhor quintal que Deus poderia ter feito, alimentar golfinho enquanto se navega, nos traz uma sensação de liberdade, grandiosidade e alegria.

As “tralhas” de mergulho não atrapalham ninguém, isto é maravilhoso. O passeio com criança, tenho duas bem pequenas, é muito seguro, dá para mergulhar e subir no barco com muita tranqüilidade, e eu ofereço a elas emoções que jamais vão esquecer, eu não esqueço cada minuto embarcado.

Como não sou um escritor, fico por aqui com o intuito de ter passado o que eu realmente senti e sinto até hoje quando embarco na Pilotina, é uma embarcação muito completa. Passeio, pesca, mergulho, é sempre um grande momento.

 

Nico Araújo

Proprietário do Agenores - Curruíra 42

Sempre gostei do mar. De seu mistério, de sua imponência, de sua mutabilidade infinita, do respeito que nos impõe, de sua força, Divindade maior da natureza que é,para mim.
Desde criança alimento o sonho de passar uma etapa da vida morando num barco, e, agora, muitos anos depois, parece que esse sonho vai se tornar realidade, embora ainda tenha que esperar quase dois anos (para um ansioso, uma eternidade).
Comecei procurando um barco a motor, pois, confesso, não sou muito chegado a vela. Um Trawler, para ser mais exato. Mas tinha que ser econômico, confortável, acessível financeiramente, e com grande autonomia, além de seguro e estável. Procurei muito, mas nada se aproximava do que queria (uma embarcação de porte médio e econômica, sem ostentações). Ao ver o projeto do Curruira 42 me empolguei, pois achei que era justo o que eu pretendia, e fui ver de quem era e quem construía. Na internet procurei um Curruira 42 pronto, para que pudesse ver ao vivo, mas, com surpresa, soube que ainda não existia nenhum dentro dagua. Vi que o projetista era o Cabinho, que dispensa qualquer comentário, e os construtores. Entre outros, entrei no site, e gostei muito de Flavio, de seu projeto de vida e os francos elogios de terceiros ao seu trabalho. Enviei um E mail a Flavio, que atenciosamente me forneceu as informações solicitadas. Combinamos para nos encontrarmos em Campinas, na época do Rio Boat Show, pois eu ia ao Rio "fuçar" barcos e equipamentos (moro na Bahia, numa cidade pequena, de dificílimo acesso), mas o encontro não se realizou, pois Flavio tinha viajado. Depois de alguns contatos telefônicos marcamos outro encontro. Desta vez em São Paulo, no começo de outubro, durante o São Paulo Boat Show, onde Cabinho faria uma conferencia, e a idéia era estarmos juntos e conversar seriamente sobre a construção do barco. Desta vez deu certo, e, após nos conhecermos pessoalmente, Flavio nos convidou para irmos a Campinas conhecer o estaleiro, almoçar e fechar o negócio.
FECHAMOS!! 
Saí de Campinas em júbilo, realizado, com a alma lavada não só por ter iniciado a concretização de um son(foto comemorativa emho, mas também a honra de conhecer a família de Flavio, que irradia carinho e simpatia, e sua capaz equipe técnica. Podem acreditar - aqueles que terão paciência para ler essas bobagens - foi um dos dias mais gratos e importantes de toda minha vida, e não gostaria de esquecer (me ajuda, memória), nenhum detalhe desta data e seu mágico cenário. O inicio da construção do Curruira esta prevista para o dia 8 de janeiro de 2007, mais uma data comemorativa, e também inesquecível. Tomara que esses dois anos passem rápidos, (AH! se existisse o pó de pirlimpimpim!), e que esta embarcação, meu futuro lar, sirva como amostra e inicio de um processo de construção de muitos "Curruiras" por aí afora, viu, Flavio! Pode ir fazendo mais galpões. A freguesia vai começar a aparecer, pode crer.
Obrigado, amigo, pela recepção e pelo forte elo de afeto e confiança que estabelecemos, e, que espero, se perpetue. Determinadas coisas (empatia) não são verbais, transcendem a palavra, pois que são determinadas pela mão de DEUS e expressas por sentimentos em nossos corações. Obrigado D. Carmen, grande anfitriã e amestradora de cães e mandalas. Obrigado Ivan, pelos quilômetros rodados com esse chato, pra lá e pra cá. Vocês são um exemplo do que é uma família feliz, raridade nos difíceis dias de hoje. Parabéns! Obrigado Cabinho e Eyleen, pelo carisma e pelas orientações e a honra de conhece-los pessoalmente. E mais um obrigado a todos que lá estavam e que aqui não mencionei. Que o Poder Superior esteja sempre com vocês.
Um abraço grande a todos, e que 2007 seja um ano cheio de paz e prosperidade para nós.

Nico

Maraú

Bahia

Fernando Rodrigues

Proprietário do Rainha Janota - Curruíra 46

Pediram-me um depoimento sobre a escolha que Jana e eu fizemos ao decidir pelo Estaleiro Flab para construir nosso sonho de muitos anos. Tentarei ser o mais objetivo possível deixando de lado romantismos piegas e dogmas analíticos extremamente complicados. Vamos lá!

Um homem sem sonhos é um ser insípido, inodoro e incolor. Não tem norte, não tem força interior e não se permite conduzir de acordo com nenhum ideal. Enfim, se senta a beira da estrada da vida esperando o ônibus do fim!

Eu fui criado no meio marítimo. Não tanto náutico no sentido de recreio já que avôs e pai ganhavam suas vidas, criavam seus filhos e passavam por este planeta metidos muito mais em água salgada do que em terra firme. Em minha infância, meus olhares de investigação e curiosidade sobre o meio ambiente que me rodeava, me levaram principalmente a construir um forte elo de ligação com o Mar. Esse elo tão intenso foi baseado no respeito pela magnitude e força dessas águas sempre em movimento e do que elas representam no contexto universal e no equilíbrio natural de todos os fenômenos que controlam a vida na Terra.

Tão forte como o respeito pelo Mar, solidifiquei também uma profunda admiração pelas naves que nele se deslocam. Os barcos, sejam feitos do material que forem, são veículos que tem que lidar com o estado de humor, sempre em constante mudança, do Mar e por conseguinte de todos os outros elementos que nele influem e que por ele são influenciados. Enfim, não é fácil fazer um barco, se pensarmos que o mesmo deve manter seus ocupantes cômodos, aconchegados e acima de tudo seguros, independente do humor que o nosso querido Mar adote nas mais variadas condições e lugares. Desde sua mais primária concepção, o barco tem que ser bem pensado, bem calculado e acima de tudo muito bem construído. Muito bem construído, repito! É aqui que se define a linha que separa as ciências exatas da arte, da habilidade e do amor ao que se faz. 

O nosso sonho, meu e de minha esposa, amiga e companheira, Jana, começou a se construir como tal, de uma forma tosca e pouco definida ha já bastante tempo, não menos de 10 anos. No princípio achávamos que seria delicioso, natural, saudável e recompensante passar os anos de nossa maturidade como seres humanos quando, todos os que tivemos oportunidades para tal, podemos usufruir das lições aprendidas e dos valores adquiridos na estrada da vida. Passávamos horas de contemplação em marinas e/ou praias olhando os barquinhos de todos os tipos amarrados em seus piers ou em suas poitas e conjecturávamos utilizando nossa mais criativa imaginação, que tipo de barco nos convinha e qual gostaríamos e teríamos supostamente condições de manejar sem ajuda de terceiros. Eu levava uma certa vantagem em relação a minha esposa devido as lições da minha infância. Às vezes, em nossas conversas, eu sentia que havia uma certa dose de injustiça já que o meu prévio conhecimento e convívio com o Mar e seus veículos maravilhosos se impunha de tal forma que eu terminava influenciando a opinião de minha cúmplice, em favor de meus sonhos pessoais... é, às vezes nós maridos podemos ser terríveis!

Lições à parte, muito foi aprendido e infelizmente às vezes, de forma quase trágica. Entre outras, um acidente com um barco comprado usado, o MITATI, que tinha dois motores centrais a gasolina e no qual as linhas de combustível não foram verificadas como deveriam ter sido antes da viajem inaugural numa tarde de domingo extremamente quente. Durante a dita cuja houve uma explosão a bordo que jogou a família inteira dentro da água agarrados ao isopor que segundos antes carregava mantimentos para a viajem. Queimaram-se a MITATI até a linha d'água e muitas outras coisas adquiridas com muito sacrifício e que se destinavam a melhorar o nosso relax e atividade preferida, a Pesca! 

Depois de 1 hora a deriva agarrados a essa caixa de isopor, saímos relativamente bem sendo resgatados pela marinha da Venezuela. Somente o Gutto, meu filho maior, saiu com algumas queimaduras de todos os graus nas pernas. O Guto aproveitou o ensejo para curtir um pouco de mimo em excesso de parte da mãe e do pai. Da minha parte por uma questão de peso na consciência ao assumir a responsabilidade de não haver sido mais criterioso com a manutenção preventiva.

Outra lição atroz, foi a perda de uma considerável soma de dinheiro na compra de um projeto que o projetista me havia garantido estar dentro do meu orçamento. Ainda hoje tenho o projeto mas o barco nunca se iniciou pois o meu orçamento acabaria em realidade no meio da construção do casco. Fui enrolado direitinho por um marketing internacional muito bem feito e construído para enrolar trouxas e almirantes de final de semana. É assim que aprendem todos os que acham que lendo a revistas de náutica se sabe tudo sobre barcos!

Enfim, depois destas e de outras tantas lições aprendidas desta e de outras formas, decidimos estudar melhor o que queríamos e como o queríamos. Estávamos cientes que um barco onde se pretende passar muito tempo, tem que refletir a personalidade dos donos e tem que estar adaptado aos lugares onde ele navegará. Assim, voltamos aos livros, aos relatos e de vez em quando, navegávamos em diferentes barcos para sentirmos como seria nossa relação com cada um deles.

Quando finalmente o bom senso se foi instalando, optamos pelo escritório do Roberto Mesquita de Barros para projetar o nosso sonho flutuante. Este foi sem dúvida o primeiro passo inteligente na realização do nosso sonho.

Por fim, depois de visitarmos vários estaleiros no Brasil, decidimos dar o passo mais inteligente de todos, escolher o estaleiro. Acima quando eu disse que "... o barco tem que ser bem pensado, bem calculado e acima de tudo muito bem construído. Muito bem construído, repito! É aqui que se define a linha que separa as ciências exatas da arte, da habilidade e do amor ao que se faz...". Bem construído muita gente faz. Muito bem construído, estamos certos que o nosso barco o será, depois de conhecermos o Flávio e o estaleiro dele, bem como toda a equipe que o compõe.

O Flávio é um homem muito feliz e que não tem temor a transparecer essa felicidade, ele é o cara que tem por missão fazer amigos, viver em constante paixão com o que faz e por último, mas não menos importante, construir barcos. Nem falemos na sua relação com os seus familiares que ele faz absoluta questão de envolver em seus processos de criação e construção de amizades e barcos. Além de construtor, ele é também psicólogo já que chega ao ponto de utilizar inconscientemente métodos de Psicologia Aplicada para determinar o que o amigo/cliente vai gostar de ver e ter em seu barco; sem contar com as sessões de terapia que recebo grátis cada vez que visito o estaleiro!

No entanto, como profissional desse ramos tão ingrato, o detalhe mais importante no Flávio é o saber escutar seus clientes. 

Meu avô, em seus últimos anos de vida me dizia, enquanto eu reclamava de como era velho meu optimist de madeira, que falasse baixinho porque o barco escutava e podia se aborrecer comigo. Ele me questionava como podia eu querer uma "coisa" de plástico sem vida e sem alma quando tinha um barco de "alma". Quando eu lhe perguntava desde quando os barcos tinham alma ele me respondia: 

"- Meu filho, todo o barco de madeira tem uma alma nobre, desde e sempre que, o mesmo seja talhado com respeito, dedicação, amor e honestidade de quem o faz; só assim os barcos tem alma. Sabes, - acrescentava - as arvores mesmo depois de virarem tabuas e barrotes, são seres vivos e, embora tu não possas falar com elas, elas entendem o que é respeito, amor e dedicação a tal ponto que sendo assim jamais morrem e a alma que tinham quando ainda eram árvores vivas, passa a ser a alma do barco até muito depois de ele já não navegar mais."

Se o meu avô tinha razão ou não, eu prefiro não arriscar. Quero que o Flávio seja cada vez mais feliz quando, com muito respeito, dedicação, amor, honestidade e acima de tudo paciência começar a construir o meu Trawler no dia 1 de Agosto de 2008. Tenho certeza que terei um barco muito bem construído, com todas as características inerentes aos lugares que pretendo visitar junto com Dona Jana. O Rainha Jannota será a coroação de uma vida de trabalho e de sonhos e acima de tudo, terá uma alma gigante!

... Entretanto, no processo de construção a Jana e eu seremos contaminados pela felicidade e a amizade do Flávio, dos seus mais queridos e de todos os amigos da família Flab... E só lucro!!!!

Que Deus nos abençoe a todos!

Jana e Fernandito Rodrigues

 

Joaquim Vasconcelos Ferreira

Proprietário do Southern Voyager 28

Ao ver no site do FLAB - Construção Artesanal de Embarcações as primeiras fotos do barco que Flávio começou a construir em novembro de 2007, resolvi traduzir em palavras o sentimento que me envolve desde então.

Passei muitos anos embarcado em navios mercantes de empresas brasileiras, algumas delas extintas. Somadas as milhas navegadas, foram numerosas as "volta ao mundo". Gostava do que fazia. Então, por que desisti da profissão? Basta lembrar o desinteresse que há pelo transporte marítimo, de que é exemplo o fim melancólico do saudoso Lloyd Brasileiro.

Em terra há algum tempo, tenho vontade de reavivar em boa embarcação de lazer lembranças da juventude que marcaram minha vida e deixaram saudade. Daí as indagações que me fiz: Por que preferi o Flávio? Por que escolhi Cabinho e Luís Gouveia?

Tive um barco a motor que não preencheu minha expectativa. Veloz, de 26 pés, era de casco moldado em fôrma, um dos muitos barcos "de série" vendidos no mercado náutico, em que o espaço destinado às acomodações internas (vitrina para compradores desavisados) condiciona a forma do casco, quase sempre sem qualidade marinheira, imprescindível fator de segurança no mar.

Veleiros são belos e tenho grande e respeitosa admiração por quem larga velas por esse mar afora. Mas não entendo nada da arte de velejar. Assim, o barco, de até 29 pés (estadias mais baratas), deveria ter casco de deslocamento e ser marinheiro, estar equipado com motor confiável e econômico no uso e na manutenção, e possuir grande autonomia de combustível e aguada. A acomodação interna precisaria oferecer um mínimo de conforto para morar.

Barco usado estava fora de cogitação. Resolvi então adquirir um projeto de trawler com essas características e contratar um estaleiro, pois não tenho a desejável habilidade para construir barcos. Um projeto de barco cujo preço de construção e o custo da posterior manutenção fossem compatíveis com o orçamento familiar.

Equivocadamente pensava que o ícone brasileiro da náutica, Roberto Mesquita Barros, o consagrado Cabinho, só projetava veleiros. Certa noite (bendita noite!), abri o site do escritório "Roberto Barros Yacht Design" para me distrair e lá estava ele, o trawler que procurava. Descobri que o escritório do Cabinho projeta todo tipo de embarcação, talvez até submarino.

Era importante conhecer de perto o projeto do trawler "Southern Voyager 28" (SV28). E lá fui eu para a Rua Buenos Aires.

Recebido cordialmente pelo engenheiro naval Luís Gouveia e por Joelson, seu desenhista, Luís detalhou o projeto, prestou informações importantes, esclareceu dúvidas que surgiram em razão da vivência em navios mercantes, que se distinguem das embarcações do segmento náutico. Esclareceu que o casco do trawler era o mesmo de um projeto de traineira com assinatura do escritório, barco esse já testado em águas baianas. Se o casco é bem aceito por pescador profissional, é bom para mim, pensei com meus botões, não bastasse ser da inspiração de Cabinho e calculado por Luís Gouveia.

Quanto a morar, aconselhou fazer as alterações necessárias para adequar o interior do barco ao que preciso, sem mexer na estrutura, mudar a potência indicada do motor ou diminuir sua grande autonomia de combustível e aguada.

Nesse mesmo dia, tive a honra de também conhecer Roberto Barros e sua esposa, D. Eillen. Muito agradáveis, fui conquistado pela simplicidade e sabedoria de Cabinho e pela simpatia e sensibilidade de D. Eillen.

Nas vezes que nos encontramos em seu escritório, conversávamos invariavelmente sobre navios e viagens. Cabinho estudava nessa ocasião as possíveis causas de surgimento das ondas gigantes, que, com o advento dos satélites, tiveram sua existência constatada, sendo provavelmente responsáveis pelo desaparecimento misterioso de embarcações de grande porte.

Como eu gostava dessas conversas... Guindava boas lembranças dos porões da memória, como as incontáveis cidades que conheci, e até pedaços não tão agradáveis, como enfrentar mau tempo durante dias seguidos ou cerração em zonas de tráfego intenso sem o auxílio de radar.

Se dúvida havia quanto ao tamanho do barco, tirei-a num salão náutico realizado no Rio de Janeiro, quando fui convidado por Luís Gouveia para visitar o lendário "Fiu". Lá presente e com sua gentileza e fina educação, D. Eillen nos ofereceu, a mim e ao Rodrigo, comandante do veleiro Tanpopo, vinho do porto e biscoitinhos. Naquele Multichine 28 preparado para dar a volta ao mundo, com tudo arrumadinho, os espaços internos bem ocupados (parabéns, D. Eillen!), tive a certeza de que poderia viver em embarcação desse porte. Estava decidido: as recordações seriam relembradas num SV28.

"Procurar um defeitinho" no projeto é perder tempo, em razão da experiência vivida pelo simpático casal Roberto e D. Eillen em barcos pequenos, experiência que é desenvolvida pela engenharia náutica do Luiz Gouveia.

Na última vez que nos encontramos, eu feliz com o projeto SV28 debaixo do braço e Cabinho na porta do escritório para as despedidas, lembro-me que estendeu sua mão direita para o nosso aperto de mãos e, com a esquerda, segurando meu ombro, disse: "Faça o barco com o Flávio, que é competente e honesto".

Em 11 de julho de 2007, fui para Campinas conhecer o estaleiro do Flávio e combinar a construção do barco. Passei um dia muito agradável.

O estaleiro tem galpões organizados, onde ficam os berços dos barcos construídos em fino artesanato. Suas instalações abrigam salas de risco, de corte, de maquinário de marcenaria e de confecção de peças metálicas, entregues aos profissionais cuidadosos e competentes.

Na ocasião, conheci melhor esse bom amigo, a quem tinha sido apresentado no salão náutico mencionado. Flávio é pessoa especial. Preocupa-se não só com barcos, mas, sobretudo, com algo superior: o ser humano. Não o demonstra em palavras, mas com ações, gestos e exemplos. Ajuda pessoas sem outro intuito que não o de lhes ser útil, seja quem for. Esse seu jeito explica por que quer ser um artesão e não mais industrial.

Depois de sentir tanta sensibilidade, observar tal organização e ver o casco, o convés e o acabamento impecável do interior do Tanpopo, pronto para ser lançado ao mar, entendi o porquê da recomendação incisiva do prezado Cabinho ao nos despedirmos à saída do escritório.

O compromisso acertado com Flávio para construir o barco foi comemorado com almoço preparado pelo simpático juiz de direito aposentado e navegador Arutãna Cobério Terena, que, vindo de Belo Horizonte, passava uns dias acomodado no estaleiro, para acompanhar a construção de sua embarcação. Só faltou o Jayme Tamaki, da Yanmar South América Ltda., grande amigo do Flávio, para brindar o fornecimento do pretendido motor confiável e econômico, um Yanmar modelo 3YM30G, de 29HP/3.600 rpm.

Lembrar de Arutãna é lembrar de Fábio Reis, doutor em Física, navegador e conhecido professor de navegação, a quem tive a satisfação de ser apresentado, e que faz parte do grande círculo de amizades do Flávio, nele incluídos seus fornecedores (meu abraço fraternal ao Waldomiro "Afiador", dentre tantos), conforme constatei por ocasião da "virada" do casco do Curruíra 42 do médico Nico Araújo (boa viagem, Nico!) no dia 5 de janeiro último. Ao abrir o site do FLAB, verão nas fotos o entusiasmo desse grupo de amigos, reunidos num sábado muito festivo.

Flávio ficou feliz com o êxito da virada do casco de 42 pés, manobra que executa com muita habilidade, competência e originalidade, visto que não o apóia em nada. Faz girá-lo em um eixo movido por poleames, evitando qualquer tipo de esforço ou avaria.

Só não impede que os convidados tenham grande emoção nessa hora, como a de que foi tomado o simpático e sempre alegre casal "baiano-angolense" Fernando e Jana (Leila e eu mandamos fraternal abraço), cujo barco, o "Rainha Janota", será o próximo Curruíra 46 que Flávio logo, logo começará a construir.

É importante registrar a presença de Luís Gouveia vindo da Austrália, onde está radicado com sua querida família. Juntamente com sua esposa, engenheira naval e filha do belo casal Cabinho e D. Eillen, terão muito êxito profissional com a instalação do escritório Roberto Barros Yacht Design também no país da vela, como o é a vizinha Nova Zelândia. O mesmo sucesso e cuidados profissionais que conservam no Brasil, haja vista a vinda do Luís com a finalidade de tirar dúvidas dos seus clientes e oferecer-lhes sugestões e soluções no tocante à engenharia dos barcos que encomendaram ao Flávio, a par da satisfação que todos tivemos ao vê-lo novamente, particularmente eu, que desfrutei da sua agradável companhia no jantar de confraternização realizado na noite anterior.

Além do resultado feliz que obteve com a virada do casco, Flávio ganhou presentes de aniversário, que comemorava nesse dia: o abraço de sua família e dos amigos e o bolo de "parabéns pra você...", confeitado com o desenho em gelatina do Curruíra, nome do barco de sua propriedade, que agora denomina o projeto Curruíra 42, uma homenagem prestada ao Flávio pelos amigos Cabinho e Luís Gouveia.

A família do Flávio é igualmente especial. Contagia de simpatia e atenção tantos quantos tenham a oportunidade de conhecê-la. A esposa D. Carmen recebeu-nos com mensagem carinhosamente escrita por ocasião da chegada ao hotel onde nos hospedamos no fim de semana, mensagem essa acompanhada de pequeno e bem arranjado vaso de flores naturais para Leila, minha mulher, e de camisa com a logomarca do FLAB para mim.

O FLAB é mais que um estaleiro. É um ateliê de barcos, onde o artista Flávio nos encanta, porque conhece, e bem, a magia da náutica.

Com todas essas qualidades humanas e profissionais, tenho certeza de que Flávio vai fazer do SV28 um bem arrumado "naviozinho". Peço-lhe muita paciência, pois ainda não aprendi a conviver com o contraste entre um petroleiro de 250 mil toneladas de peso morto e um barco de 4,8 toneladas de deslocamento, como tem o SV28.

Obrigado projetista naval Roberto Mesquita Barros, o querido Cabinho de todos que amam a náutica, pelo incentivo que deu para essa empreitada venturosa. Obrigado engenheiro naval Luís Gouveia, pelas continuadas orientações, sempre seguras e esclarecedoras. Obrigado construtor naval Flávio Antônio Rodrigues e sua equipe, pelo belo e bem construído barco que entregarão a este admirador do trabalho que fazem com muito amor e zelo.

Rio de Janeiro, 31/1/2008, Joaquim Vasconcellos Ferreira.

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